Ciclos da Vida
- Eduardo Beltrame
- 4 de out.
- 2 min de leitura
Esses dias me perguntaram se eu escrevia também. Quase respondi de bate pronto que não. Mas dei uma engasgada, parei para pensar por dois segundos, e disse que escrevia também, quando batia a inspiração. E se vocês olharem o meu histórico por aqui vão ver que minha inspiração é bem rara... rs. Verdade seja dita, não tenho o hábito da escrita, mas às vezes as ideias surgem e vem a inspiração para a escrita com palavras. Já que com luz, eu costumo “escrever” muito mais.
Muitas vezes essa inspiração começa com uma imagem, nem sempre fotografada. Vejo algo que me chama a atenção, penso na fotografia que poderia fazer – e às vezes faço de verdade – e depois vem a inspiração para escrever algumas palavras. Foi assim essa semana.
Chegando à casa dos meus pais, na entrada do bairro, tem um pé de Chapéu-de-sol frondoso bem bonito, porém nesta época do ano geralmente esta espécie está começando a brotar novamente após perder as folhas no outono/inverno. Só que este pé em especial ainda está com muitas folhas para cair, bem vermelhas num tom raro de se ver. O dia estava lindo com um sol radiante e o céu em um tom de azul belíssimo.
Comecei a olhar esta cena, esse ciclo da natureza e comecei a pensar nos ciclos da nossa vida. A árvore que antes estava visivelmente cheia de vida, plena, carregada de folhas grandes e verdes, proporcionando uma agradável sombra num dia quente de verão com sol escaldante, agora está perdendo suas folhas, ficando com seus galhos vazios, quase secos. Os olhos mais desavisados podem até achar que está morrendo.
Mas não. A verdade é que ela continua cheia de vida. Só está encerrando um ciclo, uma fase natural de sua vida. Uma fase talvez dolorosa de se ver, mas ainda assim com uma beleza única se soubermos apreciar. Uma fase de sua vida que não a define, nem lhe dá nome, mas que é inevitável e necessária para que ela volte a ser quem é, para que volte a nos oferecer suas generosas sombras nos dias mais quentes de verão.
E assim segue a nossa vida também. Às vezes alguns ciclos chegam ao fim, passamos por fases difíceis e dolorosas, fases que não nos definem, mas que irão passar para então podermos seguir adiante pelo caminho da vida. Um ciclo que se encerra é o prelúdio de um novo que está para iniciar. Só precisamos ter paciência para esperar uma nova vida brotar.
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