Tiragem livre, limitada ou única?

Obra com tiragem única. Título: Caminho das Águas

Quando pensamos em um quadro de um pintor, já sabemos que se trata de uma peça única, impossível de ser replicada da mesma maneira que o original. Já outras técnicas de artes visuais, como a xilogravura, permitem que uma mesma obra seja replicada algumas vezes. Assim também acontece com a fotografia, que de um mesmo arquivo ou negativo é possível imprimir várias cópias de uma mesma imagem.

Mas, diferente de fotografias comuns, no meio da fotografia fine art é comum que os fotógrafos-artistas definam uma tiragem limitada para suas obras. Não existe um padrão e cada um define suas próprias regras. Muitos colocam tiragem por tamanhos específicos, como por exemplo X imagens no tamanho 60x90cm, Y imagens no tamanho 30x45cm. Outros, assim como eu fazia, definem uma tiragem limitada sem especificar o tamanho.

Minhas obras eram vendidas com três tipos de tiragem: livre para imagens da Ponte Hercílio Luz, tiragem de 14 impressões - que era o meu padrão - e, tiragem de 3 impressões para imagens que me tocavam que alguma maneira especial. Essa questão sempre me causou dúvidas e debates com a turma do NEFA. Nunca cheguei a uma conclusão e penso que não há uma resposta definitiva para isso.

Mas há algum tempo que venho pensando em mudar a forma de trabalhar a venda das minhas obras, seja para agregar mais valor, seja para me tirar da zona de conforto.

Assim, desde o início do ano comecei a experimentar um novo formato de tiragem, e agora é oficial: meu trabalho será comercializado em tiragem única. Para aqueles que adquiriram trabalhos com tiragem de 3 ou 14 impressões, isso irá contribuir para agregar mais valor aos quadros existentes, já que a tiragem dessas obras será encerrada. Algumas poucas imagens ainda permitirei a venda de apenas mais uma impressão, e todos os trabalhos comercializados a partir de agora terão tiragem única. A exceção continua com as imagens da Ponte Hercílio Luz, que permanecerão a ter tiragem livre.

Com isso, irei agregar valor a cada quadro vendido, em virtude de que cada um será único e exclusivo, embora por outro lado acabe tendo um retorno menor pois não poderei vender a mesma imagem mais de uma vez. Porém, sobretudo, essa decisão vem como um auto incentivo para que eu continue sempre atento as belezas que me rodeia e ativo na produção de novos trabalhos já que a cada nova venda será uma obra a menos disponível no meu acervo para comercialização.