Acho que pra qualquer fotógrafo é muito difícil dizer qual foi a sua "primeira foto autoral", ou a primeira foto como fotógrafo. Mas, fazendo esse exercício de escolher uma foto como a primeira, posso dizer com certa segurança: a foto abaixo, do veleiro navegando em plácidas águas, foi minha primeira foto autoral. Eu fiz ela em 6 de abril de 2013. Tenho algumas fotos anteriores a esta que são boas também, mas esta foi feita durante meu primeiro trabalho de fotografia. Não foi pago, era parceria, mas foi o primeiro trabalho.

Entre uma troca e outra de look (eram fotos para uma loja de semi-joias de uma conhecida minha), eu vi essa bela cena e pensei na foto na mesma hora. Cheguei mais perto e fiz o clique. Está aí até hoje, e inclusive já vendi algumas impressões dela. Das 14 impressões disponíveis, ainda restam 9 para venda.
Fiz esse exercício de procurar minha primeira foto autoral para fazer uma postagem na minha nova conta no instagram (ainda não conhece? segue aí @eduardobeltrame.art). Acabei escolhendo outras 9 fotos que, penso eu, dizem muito sobre quem sou eu como fotógrafo, e como pessoa também.
Nas outras fotos tem de tudo. Tem foto feita com a minha segunda câmera, uma Sony-P32, tem também com as que vieram depois como a Sony P-100, Olympus U850SW e as Canon melhorzinhas, XSi e T3i, essa última em uso até hoje como minha segunda câmera. Tem até foto feita por celular!! E isso no ano de 2009 em pleno nascimento dos smartphones.
Olhando para essas fotos hoje, para fazer essa postagem, eu vejo alguns traços que ainda continuam ativos na minha fotografia, o que não me espanta, já que penso ser traços da minha personalidade, e ambas as coisas estão intimamente ligadas.
Sou uma pessoa curiosa, que gosta de explorar, seja o seu próprio quarto, o seu quintal, ou um país distante. Gosto de experimentar, de testar coisas novas só pra ver no que vai dar. As vezes da certo, as vezes não, mas minha satisfação maior não está só no resultado, e sim no processo. Sou piromaníaco, admito. O fogo me fascina. Sou atento as coisas que acontecem ao meu redor e tenho o olhar atraído por linhas, repetições, simetrias.
Gosto de olhar o todo, a paisagem do alto da montanha, de ver tudo, fazer tudo, mas as vezes minha atenção fica presa em algum pequeno detalhe. Ali posso ficar um tempão experimentando as possibilidades que aquele pequeno objeto ou cantinho podem me proporcionar. Lembro que fiquei um bom tempo num quarto escuro com uma bolinha que tinha luzes coloridas piscantes, brincando de desenhar no ar testando longas exposições. Isso me divertia muito... e ainda diverte.
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